O lançamento do “Livro Ninguém Pode se Calar”, do jornalista Pinheiro Salles, que aconteceu na noite da ultima quarta-feira (20), no espaço cultural Viola de Bolso, na cidade de Eunápolis foi marcada pelo rico e histórico conhecimento sobre a luta contra a ditadura militar no Brasil. A obra relata a crueldade com que foram tratados os presos políticos durante a ditadura militar. O evento foi organizado pelo grupo cultural Viola de Bolso e mediado por Adson Rodrigues.
A obra reproduz o depoimento feito por ele na Comissão Nacional da Verdade, em Brasília (DF), com informações de significado histórico relevante referentes aos 21 anos da ditadura militar no Brasil.
Um grande e considerável publico compareceu para a noite de lançamento e autógrafos, dentre eles parentes e amigos da infância e adolescência, na cidade de Guaratinga, onde cresceu o Autor. Também estiveram presentes os vereadores de Guaratinga, Isaias Rezende, Jorge Adilson (Índio), e Gelson Almeida. Os três vereadores representaram o Poder Legislativo guaratinguense, o qual já teve como vereador o escritor Pinheiro Salles.
Uma composição mesária foi formada para o cerimonial de abertura, na qual, o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Guaratinga, Isaías Resende deu inicio as cordialidades ao Escritor, parabenizando-o pela proeza de resistir a varias torturas e com isso ajudando mudar a história de um Brasil que passou da perseguição para a liberdade de expressão democrática. Ainda usaram da palavra, o vereador de Eunápolis Lucas Leite, Sumário do Viola de Bolso, Dr° “Kiko” e o companheiro e também preso politico, Roberto Martins, atual secretário municipal de Desenvolvimento de Industria e Comercio de Eunápolis.
Após o cerimonial, o escritor Pinheiro Salles deu inicio a uma histórica palestra, a qual foram relatadas, as violências sofridas com um equilíbrio e objetividade surpreendentes, conquanto vítima daquele momento. Salles contou que por não desistir de um Brasil livre e não baixar a cabeça aos perseguidores e torturadores, chegou a ser condenado há mais de 50 anos de prisão, mas ficou preso por quase 10 anos, no Rio Grande do Sul e São Paulo, e teria vivido em seus dois primeiros anos de cárcere, os piores momentos de tortura.
Pinheiro lembrou de outros companheiros, os quais muitos desapareceram pelos anseios dos ditadores, e outros, que mesmo a tantas severas torturas, ainda sobreviveram e continuam combatendo a desigualdade no Brasil. Salles, fez relatos da sua infância e adolescência, na cidade de Guaratinga, lugar ao qual retornou, após ter recebido liberdade condicional. Emocionado, Pinheiro Salles agradeceu a parceria do seu irmão Astério Salles, que sempre esteve firme em seu apoio, na honrosa luta contra a ditadura militar.
Após ter finalizado os relatos, Pinheiro o Escritor concedeu autógrafos.
Por: Estevão Silva – guarananet.com