Tudo começou com Celso Borges. O camisa 5 da Costa Rica pegou a bola, colocou-a na marca fatal e cobrou exitosamente o primeiro pênalti da noite. Konstantinos Mitroglou abriu, também com gol, a contagem da Grécia. Quando os Ticos já haviam marcado quatro vezes, quem saiu do meio de campo em direção à bola foi Theofanis Gekas, um velho conhecido do goleiro Keylor Navas.
“Ele foi meu companheiro no Levante”, explicou o costarriquenho em entrevista exclusiva ao FIFA.com. “Já o conhecia dos treinamentos. Então, acreditei que ele não iria mudar a maneira de cobrar. E aí consegui defender”, contou o herói da classificação para as quartas de final.
Após aquela cobrança, a balança se inclinou para o lado da Costa Rica. Em seguida, com um chute forte, Michael Umaña concluiu a participação perfeita dos centro-americanos e os vencedores saltaram sobre o goleiro para comemorar algo inédito em sua história: o direito de disputar a quinta partida de uma Copa do Mundo da FIFA.
Em estado de graça
O sonho começou a ser escrito por Bryan Ruiz. O artista do meio de campo costarriquenho, mais do que um chute, desferiu um elegante passe para o fundo da rede aos 7 minutos do segundo tempo, fazendo vibrar uma Arena Pernambuco quase toda favorável aos Ticos. Aos 46, porém, Sokratis estendeu o suspense com um gol que igualou o marcador e levou o duelo para a prorrogação.
“Foi um momento difícil”, admitiu Navas, eleito o Craque do Jogo Budweiser. “Estávamos a ponto de terminar a partida, mas soubemos assimilar bem o golpe. Não jogamos a toalha em momento algum, embora estivéssemos com um jogador a menos. Mantivemos a tranquilidade, sempre mentalizando o que poderíamos alcançar.”
De fato, o confronto foi de tirar o fôlego. A partir da expulsão de Oscar Duarte pelo segundo amarelo aos 21 minutos da etapa final, os gregos assumiram o controle do jogo, enquanto a Costa Rica passou a esperar, retraída em seu campo. Quando o árbitro levou o apito à boca e mandou a decisão para os pênaltis, Keylor Navas já contabilizava sete defesas que tinham sido fundamentais para manter as esperanças de sua equipe.
“Nos reunimos no meio do campo e conversamos: havíamos trabalhado muito para aquele momento, estávamos convencidos de que poderíamos ganhar e acho que todos os jogadores acreditaram firmemente em seus corações. Por isso, conseguimos a vitória. Aqui não há segredos, há 25 jogadores, porque dois companheiros se lesionaram, mas estão conosco. Jogamos com o coração, por nosso país. Nosso desejo sempre foi fazer história e aí está o resultado”, festejou o goleiro de 27 anos do Levante.
Antes, houve o reencontro com Gekas. Embora ambos tenham trabalho juntos durante apenas três meses na temporada 2012/13, Navas provou que não tem apenas ótimos reflexos, mas também uma memória privilegiada. “Sinto uma alegria enorme. Graças a Deus, pude fazer a defesa. O mérito também é dos companheiros, que converteram todas as cobranças. A confiança que eles tiveram para fazer os gols me ajudou.”
O bilhete para as quartas já está nas mãos e o goleiro sabe que terá a Holanda como adversária em Salvador. Durante o Brasil 2014, no entanto, a Costa Rica vem provando que, para ela, pouco importa o nome da seleção que está do outro lado. Na mente de todo o grupo, há apenas uma coisa: continuar fazendo história. “É uma conquista importante para a Costa Rica. Isso nos deixa extremamente felizes, porque estamos fazendo algo muito importante pelo nosso país. Temos que seguir com esta felicidade. A Holanda é uma excelente equipe, uma potência mundial. Mas vamos enfrentá-la com a mesma determinação e a mesma personalidade de sempre. E vamos tentar vencer.”
Por: http://pt.fifa.com