“Por uma cidade possível”. Foi com esse propósito que cerca de duas mil pessoas, na maioria jovens estudantes secundaristas e universitários, fizeram uma passeata, iniciada no final da tarde e encerrada no início da noite, nesta quinta-feira, em Eunápolis.
Como muitas outras realizada em todo o país, a mobilização teve início numa rede social, organizada por um grupo de cerca de 15 amigos que criaram no Facebook um grupo denominado “Vem pra Rua Eunápolis, Bahia”. Até às 19 horas da mesma quinta-feira, o grupo já tinha 9.194 membros.
Entoando gritos de guerra que protestavam contra a má qualidade da Educação, Saúde e o Transporte Público, a falta de políticas públicas para a juventude, e exigindo equipamentos de Cultura e Lazer, os manifestantes percorreram as principais ruas, avenidas e fizeram concentrações nas duas mais importantes praças da região central da cidade: Frei Calixto e Eunápio Peltier de Queiroz.
Os manifestantes ainda distribuíram um folheto intitulado “O QUE QUEREMOS COM O MOVIMENTO – POR UMA CIDADE POSSÍVEL”, onde elencavam 21 reivindicações.
Cartazes faziam alusão ao fato de Eunápolis ter sido considerada no final do ano passado, uma das piores cidades para o jovem viver – Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-V), feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A forte participação popular surpreendeu muitas pessoas, como a reportagem do Atlanticanews pôde constatar em entrevistas. Até porque, no início da caminhada, pouco depois das quatro horas da tarde, talvez menos de mil pessoas participavam do evento. Porém, durante o trajeto, mais jovens aderiram às causas e ao chamamento, elevando para mais do dobro o número de manifestantes.
Dois dos organizadores ouvidos pela nossa reportagem, têm entendimentos diferentes do que levou tantos jovens – e algumas dezenas de adultos – a participarem do ato de protesto. Para Mateus Lopes, estudante aprovado no SISU, o desencanto diante do que os gestores têm feito de ruim pelo município foi a grande causa da mobilização. “A juventude vem sentindo que a cidade não oferece escola e saúde dignas, entre muitas outras coisas que nos faltam”, julgou.
Para Dandara Silva, estudante de História da Uneb, a insatisfação tem como ponto principal, a má classificação de Eunápolis como uma das piores do país. “Há muita insatisfação desde que a nossa cidade foi considerada uma das piores do país”, afirmou.
Os organizadores afirmam que a mobilização não vai parar com a passeata. Garantem que já foram formados grupos de discussões, com o objetivo de se apresentar propostas com novas formas de mobilização.
A manifestação que foi acompanhada por policiais militares, inclusive, com uma viatura à frente, transcorreu sem incidentes.