O cineasta Itamar dos Anjos, membro fundador do grupo Cultural ArteManha de Caravelas, lança a partir das 19h desta próxima sexta-feira (06/09), o curta metragem “A Lenda do Monte Pascoal”, um filme que foi gravado durante 9 meses nas aldeias do Parque Nacional de Monte Pascoal, no município de Porto Seguro. No entanto a maioria das gravações se deu nas aldeias Pé do Monte e Aldeia Nova, do outro lado da divisa, em território de Itamaraju, onde vivem as tradições dos índios pataxós.
Segundo Itamar dos Anjos, o filme nasceu a partir de um esforço muito grande da sua equipe de colaboradores e os próprios índios fizeram parte do seu elenco. O filme conta a “A Lenda do Monte Pascoal” uma história de amor indígena que atravessa o tempo. A lenda diz que há muitos anos nasceram duas crianças no mesmo dia, um menino e uma menina. Eles cresceram juntos e quando chegaram à fase da puberdade, apaixonaram-se um pelo o outro.
Zabelê se casou então com seu amado Ythamawhy. No dia seguinte após sua noite de núpcias a sua aldeia foi atacada pelos botocudos, que eram índios que viviam na região que hoje é conhecida como Caravelas. Ythamawhy para proteger sua amada, entregou sua vida para a morte e então, Zabelê ficou sozinha na solidão. Zabelê pediu para “Tupã” trazer seu amado de volta. Em uma noite, houve uma grande tempestade e o corpo de Ythamawhy surgiu da terra, transformando em um grande monte que hoje é conhecido como o Monte Pascoal.
Ythamawhy significa “A Pedra Semente” na cultura pataxó. Zabelê agradeceu a “Tupã” e jogou várias sementes no monte para crescer árvores e frutos para alimentar seu povo. Muitos anos se passaram e o povo pataxó vivia feliz, más de repente, aparecem novas pessoas com trajes diferentes e escravizam o povo pataxó. A colonização europeia. Certo dia um deles queria possuir Zabelê. Então para não entregar-se ao homem, ela subiu no monte e jogou-se do penhasco. Antes que seu corpo tocasse ao chão, Tupã a transformou em um pássaro. O pássaro Zabelê, que hoje vive cantando e chamando seu povo para retomar sua terra.
Por Athylla Borborema
