De acordo com Dra. Ana Rita de Luna Freire, cirurgiã plástica crâniomaxilofacial, a cicatriz da agressão sempre irá fazer a vítima lembrar-se da violência, levando a ter dificuldades em casa, no trabalho e com futuros relacionamentos. Ela explica que a cirurgia plástica reconstrutora é uma ferramenta que ajuda não só na estética das pacientes, mas também na auto-estima dessas mulheres.
Dra. Ana Rita coordena equipe de cirurgia plástica em Salvador e atende mulheres vítimas desse tipo de violência. As cirurgias podem ser realizadas gratuitamente, em Salvador, pelo SUS, no Hospital Ernesto Simões e no Hospital Dois de Julho. As consultas podem ser agendadas às quartas-feiras, no período da tarde, através do telefone (71) 3117-1600.
Mulheres vítimas de violência doméstica sofrem graves consequências à saúde física e mental, podendo desenvolver depressão e fobias. Segundo Dra. Ana Rita, o local do corpo onde há maior ocorrência de agressão é na face. “As consequências vão da equimose (cor roxa em determinada parte do corpo) a graves lesões faciais. A médica desenvolve essa atividade desde 2003, no Hospital Ernesto Simões, e desde 2012, no Hospital Dois de Julho.
“Hoje só existe a Delegacia da Mulher para fornecer assistência a essas vítimas. Penso que deveria existir outro órgão que ofereça mais acolhimento para estas mulheres”, pontua Dra. Ana Rita. De acordo com ela, o perfil psicológico das mulheres que sofrem esse tipo de agressão é constituído por aquelas que se sentem dependentes financeiras e emocionais dos seus maridos.
Por: Tássia Catarina