O último título mundial da Alemanha na Itália 1990 ficará para sempre associado com o nome dele. Afinal, Andreas Brehme marcou em cobrança de pênalti o único gol da final contra a Argentina. O que um número bem menor de pessoas sabe é que ele desempenhou um papel decisivo na última vitória da Alemanha contra a França em um Mundial.
O FIFA.com realizou uma entrevista exclusiva com o ex-jogador de 53 anos, que falou sobre a partida, a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 e o encontro nas quartas de final entre alemães e franceses na sexta-feira no Rio de Janeiro.
FIFA.com: Você vem acompanhando intensamente a Copa do Mundo até o momento?
Andreas Brehme: Claro! Sou um jogador de futebol com todo o meu coração e já estive em torneios como este. Então, obviamente acompanho o que acontece.
Quais seleções mais o impressionaram no Mundial até aqui?
Sinceramente? A Holanda. Claro que os holandeses tiveram algumas dificuldades contra os mexicanos, que eram fortes, mas tirando isso vejo que eles têm uma ótima estrutura e um bom esquema tático. Mas a França também me agradou muito. A nossa seleção precisará melhorar 100% se quiser derrotar a França na sexta-feira.
Então, a seleção alemã não o agradou até o momento?
Eu não disse isso. A nossa seleção não jogou mal até aqui e merece estar nas quartas de final. Mas, se repetir o desempenho da partida contra a Argélia, com certeza será eliminada pela França. Este jogo terá outro nível.
Portanto, a França é favorita na sua opinião?
Não, porque a nossa seleção sabe exatamente a missão que terá pela frente agora. A Alemanha sempre foi uma equipe “copeira”. Na sexta-feira, um grande jogo espera pelos rapazes. Por isso, eles se ajustarão para também ter um grande rendimento. Um jogador alemão percebe quando precisa dar tudo de si.
Você se lembra da última vitória da Alemanha contra a França em uma Copa do Mundo?
Sim, foi na semifinal do México 1986. A França tinha uma seleção muito, muito forte, principalmente no meio de campo. Platini, Fernandez, Stopyra e Bellone — era uma qualidade muito grande. Por sorte, os derrotamos na ocasião por 2 a 0.
E você marcou o primeiro gol aos nove minutos de jogo…
Ainda me lembro bem disso. Foi uma cobrança de falta à direita da área. Felix Magath ajeitou a bola para mim e o meu chute foi no ângulo direito. O goleiro francês (Joël Bats)não pareceu muito contente naquele momento.
O que há de especial nos jogos entre Alemanha e França?
São sempre clássicos. Alemanha, França, Espanha, Itália, Inglaterra — quando esses grandes países se encontram em um torneio desses, a situação é sempre algo especial. Os jogadores também percebem isso. Esses jogos permanecem por um longo tempo na memória das pessoas — e todos sabem disso.
Que tipo de jogo você está esperando?
Se a nossa seleção melhorar de rendimento, o que realmente espero que ocorra e com o que estou contando, será muito equilibrado. As duas equipes têm jogadores muito bons e com grande qualidade. Talvez no final um grande jogador como Manuel Neuer possa fazer a diferença. A sua atuação contra a Argélia foi grandiosa. Para mim, ele é um dos nomes do torneio.
E quais seriam os outros grandes nomes do Mundial?
É difícil dizer porque há vários. Gostei muito do holandês Memphis Depay, por exemplo, e Arjen Robben também está em grande fase. Além disso, há um jogador como James Rodríguez, da Colômbia. Antes do torneio ninguém contava com ele, mas ele vem jogando um ótimo futebol.
Para concluir, quem acredita ser os principais favoritos ao título?
Está difícil de dizer neste ano porque na verdade nenhuma equipe conseguiu convencer completamente. Como eu disse, Holanda e França foram as seleções que mais me agradaram. Mas a nossa equipe também está na luta. Assim como o Brasil, por ser o anfitrião, com bons talentos individuais e o apoio da torcida, e a Argentina, que tem deficiências na defesa, mas também um setor ofensivo incrível. Acredito que podemos nos preparar para jogos muito emocionantes.
Por: pt.fifa.com